sábado, 15 de novembro de 2008

Verdade, Mentira e Sinceridade.


Sempre ouvi dizer que “quem fala a verdade não merece castigo”, e que a verdade deveria ser dita em qualquer situação.


Lembrei do meu tio Gustavo, com câncer diagnosticado como terminal. Minha tia não lhe passava esta informação, com o objetivo de lhe dar um pouco de alegria nos seus últimos dias de vida.

Será que ela agiu correto? Devemos mentir pra não ferir?
Existe diferença entre mentir e omitir? Pode haver sinceridade na mentira?

Embora pareçam relacionadas; mentir e omitir têm diferenças significativas: Mentir é distorcer os fatos; alterar deliberadamente os acontecimentos. Omitir e não relatar. (Há quem diga que omitir é a desculpa de todo mentiroso).

O fato é que nem toda verdade é construtiva, assim como nem toda sinceridade gera condições positivas. Como administrar isso? Depende do bom senso de cada um de nós.

Imagine uma mulher, que após ter cortado e pintado os cabelos, alguém lhe dissesse que ficou ridículo, em nome da sua sinceridade.

São questões polêmicas, até mesmo porque, hoje em dia, o conceito de verdade vem sempre acompanhado pelo relativismo. Ou seja, o que é verdade pra um pode não ser pra outro. É o caso das diversas doutrinas religiosas, onde cada um julga ter o monopólio da verdade.

Neste caso há a sinceridade, porque se acredita naquilo que se está proferindo; mesmo que esta verdade seja relativa para outras pessoas.

Há sim casos onde a mentira impera. Pessoas que fazem da distorção dos fatos, um hábito no seu dia a dia.
Como a justificação de uma leva a outra; cria-se um círculo vicioso, de onde não se consegue mais sair.
O autor transforma-se em personagem e refém da história que ele mesmo intentou. A ponto de não mais ditar os caminhos da trama, mas ser coadjuvante nos fatos desencadeados.

Aí, já não é mais uma questão de conceito, ou relativismo. É uma patologia, que como tal precisa receber cuidados de profissionais especializados.

Seja como for, devemos sempre agir com bom senso e equilíbrio. Saber o que, porque, para quem, e em que momento algo deva ser dito, ou não.

Não devemos também esquecer, que o silêncio é uma arma poderosa. Algumas vezes, dizemos mais quando nos calamos.

Enfim, conviver é uma arte. Saber ouvir e se comedido com as palavras, uma sabedoria. Está ao alcance de todos, e basta apenas e tão simplesmente tentar...

Um comentário:

Sylvia Feitosa disse...

com certeza, se eu tivesse me calado mais. teria deixado de "ouvir', seja lendo, seja vendo..muita coisa!

Reflexivo seu texto!