quarta-feira, 28 de maio de 2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Motivo


Aconteceu quando tudo ao redor parecia pequeno,
Quando nada mais existia que não tivesse vencido;
Das caminhadas aos mais altos cumes,
E quedas nos mais profundos dos precipícios.


Vi muitas luas chegarem,
Tantas outras se encontrarem,
Lado a lado com o sol,
Na plena luz do dia.


Conheci a fúria das catástrofes,
A relutância dos indomáveis;
Penetrei na mais densa e impenetrável das florestas,
Apenas para sentir o perfume de uma única rosa,
Onde jamais qualquer outro se atrevesse ter chegado.


Sonhei sonhos inimagináveis,
Alguns inconfessáveis,
Outros tão surpreendentes,
Que tornaria realizável, a mais absurda das profecias.


Tirei de onde nada havia,
E pus quando supunham que não pudesse;
Mesmo assim era apenas um insignificante fracasso.


Um motivo,
Simples que fosse,
Mas que não se submetesse aos extremos da força,
Que não curvasse os joelhos,
Ao ímpeto mais intenso,
Ou ao mais sedutor dos desafios;
Que fosse tão sereno,
Quanto os mais serenos,
Dos recantos dos rios.


Foi ai que a encontrei,
Única, discreta, bem ali ao meu lado.


Troquei a visão colorida do horizonte por sua paz de espírito,
Pelo tom de voz brando, suave e macio,
Por seus lábios indefiníveis,
Seus olhos cativos,
Só então Ela disse:
_ “Meu nome é Seny; seu único motivo!”