domingo, 28 de março de 2010

Reencontro


Quando acordei,
Ela já não estava mais ao meu lado.
Procurei por toda parte,
Por todos os cantos da casa,
Corri pelas ruas desesperado.

Caminhei horas seguidas,
Indagava a um e a outro por ela,
Por aquela que sempre foi a minha musa;
A mulher da minha vida.

Ninguém a havia visto passar,
Sentei em um canto qualquer da estrada,
Baixei a cabeça,
E comecei a chorar.

O que teria acontecido?
Na mesma noite anterior,
Trocamos carinhos,
Ouvi dela as coisas mais lindas,
Palavras inesquecíveis de amor.

Muitas coisas passavam pela minha cabeça,
Já não conseguia mais caminhar,
Tive vontade de gritar,
De tirar a própria vida.

Finalmente percebí,
Que ela havia definitivamente partido,
Por motivos que eu sequer conseguia entender;
Voltei para casa,
Joguei-me sobre a cama,
Até novamente adormecer.

Foi um sono profundo,
Quase como se tivesse morrido;
Muitas horas depois,
Ainda arrasado pelos fatos,
Retornei aos sentidos.

Ao meu lado,
A cama continuava vazia,
Mas tinha, dentro do peito,
Reencontrado a minha poesia.

Ali mesmo, comecei a escrever,
Coloquei no papel o passado, o presente,
E todos os fatos que ainda não conseguia entender.

Bem próximo de mim,
Num bilhete deixado, na gaveta ainda aberta,
Ela explicava seu motivo:
"Deixo o amor, pra sobreviver o poeta".