terça-feira, 8 de setembro de 2009

Futebol Pra Meninas


Domingo, fim de tarde,
Vai começar a partida;
As meninas se posicionam em campo,
Exuberantemente lindas.

A loira de olhos azuis,
Alinha a esquerda na faixa que divide o gramado,
Enquanto que a ponta direita ocupa o espaço vazio,
Pelo outro lado.

No meio do campo, a morena,
A camisa 10;
Brinca com a bola,
E com graça e beleza,
Coloca sob seus pés.

Finalmente, apita o juiz;
- “Nossa, quantas gatas!”
Um torcedor mais afoito, diz.

Com um só toque de primeira,
Numa jogada perfeita,
No primeiro minuto do jogo,
Deixa cara a cara com o gol
A ponta direita.

Hesita, ajeita os cabelos,
Levanta a meia até a altura dos joelhos;
Prende a bola, não solta;
Vem a adversária e faz a falta.

Rola no chão com sensualidade,
Cai sobre a bola com tanto encanto,
Que toda torcida desejou ser bola dentro de campo.

Vem à camisa 10,
De forma decidida.
_ “Deixa essa comigo mulata, que sou boa na batida!”.

Tomou distância da bola,
Correu em sua direção,
Feito passes mágicos de dança,
Numa linda canção.

Viajou pelo espaço,
Em trajetória incerta,
Voa a “goleira”,
E com a ponta dos dedos,
Desvia da reta.

Linha de fundo,
Determina o juiz,
A loira da esquerda corre pro canto,
“- É minha vez, ela diz!”

A bola é lançada pro alto,
Desce na direção da atleta,
Sobe a camisa 10,
E suas pernas reluzentes
Ousam um vôo livre em bicicleta...
É gooooooooooool.

A torcida comemorou com tudo que tinha,
Não deixou nada pra depois,
Aquele gol que foi único,
De quem única sempre foi.


Logo que escureceu,
O Juiz decidiu terminar a partida,
Tinham todas que voltar lá para o céu,
Pra brilhar com as estrelas,
E iluminar as nossas vidas...

* Há poesia em tudo, mas nem tudo que é poético está nos olhos de todos...